domingo, 24 de outubro de 2010

[RESENHA] Brave 10

  Brave 10 é um mangá seinen desenhado desde 2007 por Kairi Shimotsuki para a antologia mensal Comic Flapper (casa de Dance in the Vampire Bund e Vampire Hunter D) da editora japonesa Media Factory, Kairi Shimotsuki ficou conhecida do grande público japonês quando desenhou uma adaptação do jogo Sengoku Basara chamada Sengoku Basara Ranse Ranbu (completa, 3 volumes), Brave 10 já conta com 7 volumes no Japão e ainda está em andamento, o mangá chegou a ganhar um Drama CD que saiu em 08/09/2007 e eu não creio ser impossível que saia um anime. O mangá é publicado pela Panini na Espanha, Itália, e Alemanha.


  Para entender o mangá é preciso saber algumas coisas, Brave 10 se passa em um período da história do Japão que é muito popular e Brave 10 é a adaptação da adaptação, digo isso porque houve realmente um Yukimura Sanada que lutou contra Tokugawa que o venceu e unificou o Japão sob o regime do xogunato que durou por 250 anos, (não, isso não é spoiler, isso é história do Japão e quem compra o mangá por lá sabe disso por ter estudado história, mas infelizmente nós ocidentais ignoramos a história oriental). Pois bem, Yukimura Sanada é uma personalidade muito popular e lá pelo fim do século XIX alguém criou o conto dos 10 Bravos de Sanada (Os Brave 10), esse conto diz que Yukimura Sanada decidiu escolher 10 bravos ninjas (Sasuke Sarutobi, Kirigakure Saizou, Miyoshi Seikai, Miyoshi Isa, Anayama Kosuke, Unno Rokuro, Kakei Juzo, Nezu Jinpachi, Mochizuki Rokuro e Yuri Kamanosuke) e eles lutaram em diversas batalhas contra Tokugawa, principalmente no Castelo de Osaka.
  Sabendo disso nós podemos ir além e ver que essa história se tornou muito popular no Japão e foi adaptada diversas vezes para as mais variadas mídias, Samurai Deeper Kyo e o jogo Sengoku Basara são algumas dessas adaptações mais conhecidas por nós ocidentais. A ideia de trabalhar com esse período da história japonesa deve ter começado pelo fato da Kairi Shimotsuki-sensei ter adaptado Sengoku Basara para mangá, mas é claro que ela tomou liberdades quando criou Brave 10, liberdade até demais para falar a verdade.



  Há um incêndio no templo de Izumo, ninjas enviados por Tokugawa atacam matando todos e saqueando o templo, o monge Kannushi se sacrifica para que Isanami, a jovem miko de Izumo possa escapar, ele diz para ela procurar ajuda com Yukimura Sanada em Shinshuu. Enquanto isso o ninja Saizou Kirigakure está definhando, ele não come há três dias, não tem dinheiro algum, não há trabalho para um ninja como ele, momentos depois uma jovem aparece fugindo e ele a protege dos ninjas que a perseguem. Isanami pede para Saizou escoltá-la até Shinshuu, ele recusa, mas ela oferece a ele para pagar suas refeições e ele acaba aceitando escoltar a jovem miko em troca de comida. Quando ele descobre que ela quer ir até o castelo de Shinshuu Ueda tenta ir embora para evitar encrencas, mas é tarde e ele é atacado por Sasuke Sarutobi que estava escondido na floresta, os dois começam a lutar por causa da rivalidade entre os ninjas de Iga e Kouga (rivalidade clichê de shonen, tem certeza que isso é seinen?), depois de algumas páginas de luta inútil só para mostrar como os dois são fortes Isanami interrompe a luta e exige ver Yukimura Sanada.
 Yukimura Sanada se recusa a ajudar Isanami, ele diz não querer se meter em vinganças, mas concorda em deixar eles passarem a noite no castelo de Shinshuu Ueda, mas no dia seguinte os dois teriam que partir. No meio da noite Sasuke vai embora e Isanami vai atrás dele, não adiantaria de nada sair de lá sem ter segurança, nesse momento eles são atacados pelos perseguidores de Isanami e Tokugawa que estava de tocaia esse tempo todo finalmente se revela, na verdade ele queria saber quem estava perseguindo Isanami, na verdade esses homens são ninjas de Tokugawa, logo o verdadeiro poder de Isanami se revela, uma esfera negra de energia destrói tudo ao seu redor quando ela corre risco de morte, agora Tokugawa sabe que a verdadeira intenção de Tokugawa é tomar esse poder para si e então resolve ajudar Isanami.

  O mangá tem um bom primeiro capítulo, é clichezento, mas é divertido, o problema é o rumo que as coisas tomam nos capítulos seguintes, as histórias não são interessantes e do nada o segundo capítulo vira um festival de ecchi, do nada o ecchi diminui quase que totalmente nos próximos capítulos e a autora passa a atirar para todos os lados, tem até insinuação yaoi. Uma coisa que percebi é que depois do segundo capítulo a autora para de usar a Isanami para fanservice, ela tem diversas oportunidades para isso durante uma dança que a Isanami apresenta, mas ela escolheu não apelar. Isso foi sábio por parte dela, afinal a Isanami é uma miko, ou seja, uma sacerdotiza sagrada que guarda a virgindade em honra aos Deuses, não fica bem colocar a coitada de quatro, nem mostrando os seios. O fansevice que aparece depois do capítulo dois fica a cargo de Anastasia, uma personagem desenvolvida especialmente para a história. Outra coisa interessante é que ela é uma amiga de infância de Saizou, então como ela é russa, fala russo e passou por um treinamento ninja? Eu detestei ver ninjas congelando lagos, atirando milhares de kunais ao mesmo tempo, fazendo mágicas com animais... afinal de contas, isso é um seinen ou é Naruto?
  Eu lembro ter detestado a história ao ler o primeiro volume, depois de ler o segundo volume e reler tudo novamente eu parei de detestar e passei a achar um mangá de aventuras inócuo, um mangá como qualquer outro, não há uma característica sequer que o faça brilhar, a única coisa que faz esse título se destacar são umas adatações que podem ofender quem tem um gosto mais tradicional. Aqui segue uma listinha das adatações nos personagens vistos até agora:

Sasuke Sarutobi está bem parecido com o habitual, Saizou Kirigakure foi transformado em protagonista, Miyoshi Iza foi substituido pela miko Isanami do templo de Izumo, outro personagem que mudou de sexo foi Anayama Kosuke que foi trocado pela russa Anastasia, também temos Unno Rokurou que foi mantido como segurança/mordomo de Yukimura Sanada e Kakei Juzou. Os outros personagens ainda não apareceram na história.



Mico prontinha pra ir ao Baile Funk dançar até o chão e Miko Tradicional (Shakugan no Shana)

  Uma das coisas que mais me incomodou no mangá foi ver o traje tradicional de miko adaptado para "aquilo", enquanto uma miko (noiva do templo) tradicional veste um haori branco (a parte de cima do quimono) e um hakama vermelho (uma espécie de calça larga) o traje da Isanami é um mini-mini-mini-quimono com uma espécie de mini-legging, uma roupa perfeita para ir a eventos formais como um baile funk ou sair pra balada. Recomendo ler o mangá escutando Gaiola das Popozudas, bate uma identificação. Quem reclamou da Yuna em Final Fantasy X-2 não leu Brave 10, definitivamente! Outra coisa que não gosto é que a autora não se decide por uma cor para o cabelo da Isanami, as vezes é branco, as vezes é castanho claro, as vezes ela é loira e já apareceu até com cabelo verde.


  A arte da autora é boa, muito boa, talvez fosse o caso dela trabalhar com alguém que consiga fazer um roteiro consistente, é um desperdício ver alguém com um traço tão bonito fazendo um mangá como Brave 10.
  A edição da Panini é muito boa, tudo está editado muito bem e bem adaptado, o único. Os comentários e ilustrações das orelhas do mangá foram colocados nas contra-capas e infelizmente não são coloridos, mas como o original não é colorido então está tudo bem, o texto é fluido sem muitos ruídos, mantiveram os honoríficos, colocaram um glossário. Infelizmente a edição cortou a parte de cima de algumas páginas, mas as beiradas estão bem legíveis. Ainda prefiro esse formato quadradão de 13x18 por não cortar as beiradas, nem atrapalhar a leitura dos balões nas beiras do que o formatão que atrapalha a leitura do que está nas beiradas.
Seria legal se a Panini fizesse como extra uma reportagem sobre o período Sengoku, as notas do glossário contém pouca informação para o leitor de primeira viagem que conhece zero sobre a história do Japão.

  Como eu já disse antes a impressão geral que o mangá passa é de falta de organização e rumo, é tudo solto demais, falta coesão e um objetivo, não é legal acompanhar uma série que muda de rumo a cada capricho da autora, mas aparentemente no segundo volume ela começa a entrar nos eixos.

Título: Brave 10 -  Dez Bravos
Autora: Kairi Shimotsuki 
Demográfico: Shonen Seinen
Gênero: Ação/Fantasia
Formato:13 x 18cm, 194 Páginas
Duração: 7 Volumes (em andamento no Japão)
Preço: R$9,90
Periodicidade: Bimestral

terça-feira, 19 de outubro de 2010

Ran king do The New York Times 26/09-02/10 e 03/10-90-10

26 de Setembro a 02 de Outubro

03 - - - Berserk #34 - Kentarou Miura - Estreia
08 - 03 - Bleach #32 - Tite Kubo - 5 semanas na lista
09 - - - Deadman Wonderland #03 - Jinsei Kataoka e Kazuma Kondou - Estreia

03 a 09 de Outubro

01 - - - Naruto #49 - Masashi Kishimoto - Estreia
02 - - - Black Bird #06 - Kanoko Sakurakouji - Estreia
10 - 03 - Berserk #34 - Kentarou Miura - 2 semanas na lista

Na semana de 26/09 a 02/10 no ranking americano tivemos a estreia de um novo volume de Berserk, Bleach #32 se despediu depois de 5 semanas na lista e o terceiro volume de Deadman Wonderland resolveu aparecer para dizer oi (lembrando que este não é um título da Panini, mas como ela está publicando Eureka SeveN que é dos mesmos autores tudo leva a crer que esse título possa vir a aparecer após a conclusão de Eureka SeveN.

A semana de 03-09/10 foi bastante concorrida, tivemos muitas estreias de peso, inclusive um novo volume de Naruto que obviamente encabeçou a listagem, tivemos também Black Bird que ao que tudo indica está se tornando um dos shoujos mais bem vendidos no território americano e Berserk que durou mais uma semana, mas apareceu no último lugar. Provavelmente vários títulos que não apareceram essa semana devem reaparecer na próxima quando as estreias perderem a força.

Ranking da Oricon 27/09-03/10 e 04/10-10/10

Mais uma vez me desculpo pela falta de tempo (e de saco, confesso) e venho postar o resultado de duas semanas em um só post:

27 de Setembro a 03 de Outubro:

Posição - Posição Prévia - Título - Autor - Vendas da Semana - Vendas Totais - Editora Japonesa

04 -  - - Berserk #35 - Kentarou Miura -216.704 - 216.704 - Hakusensha
09 - - - Bleach #47 - Tite Kubo - 63.733 - 63.733 - Shueisha
27 - 03 - Gantz #29 - Hiroya Oku - 25.608 - 214.398 - Shueisha

04 a 10 de Outubro:

01 - 09 - Bleach #47 - Tite Kubo - 454.823 - 518.556 - Shueisha
02 - - - Reborn! #31 - Akira Amano - 305.145 - 306.298 - Shueisha
16 - 04 - Berserk #35 - Kentarou Miura - 60.327 - 277.031 - Hakusensha

Na semana anterior o novo volume de Berserk estreou em quarto lugar, é uma boa posição, mas as vendas também foram boas, o mangá conseguiu vender mais de 200.000 exemplares em apenas uma semana, Bleach por sua vez estreiou muito tarde e conseguiu apenas um nono lugar, os números não são notáveis, mas a série conseguiu vender isso em apenas um dia, já Gantz #29 se despediu da lista passando a marca dos 200.000 exemplares, um feito que Gantz não conseguia atingir há muito tempo.

Na semana seguinte Bleach mostrou sua força e subiu para o primneiro lugar do pódio, as vendas estão consistentes, se a série não recuperou todos os leitores perdidos algum tempo atrás, pelo menos ela se mantém com um número confortável e que significa sucesso para qualquer mangaká. Vamos ver o desempenho do mangá nas próximas semanas. Reborn! #31 estreia bem, os números caem um pouco em comparação ao volume anterior, mas não é nada de absurdo, foi uma queda normal, pode ser que esses números sejam compensados na próxima semana. Já Berserk cai bastante e vende pouco mais de 60.000 exemplares, se a série conseguir entrar napróxima lista provavelmente passará dos 300.000, é esperar para ver.

sexta-feira, 15 de outubro de 2010

[RESENHA] Sugar Sugar Rune


  Esse ano a Panini pegou todo mundo de surpresa com uma leva enorme de títulos shoujo, na verdade não é que sejam muitos mangás, mas são vários títulos curtos e a constante substituição faz parecer que são mais mangás do que na realidade. Esse ano a Panini colocou praticamente um novo título de shoujo mangá nas bancas todos os meses, o mais novo lançamento da Panini é Sugar Sugar Rune.

  Sugar Sugar Rune, ou Sugar² Rune é um mangá de autoria de Moyoco Anno, Moyoco Anno vem produzindo mangás desde meados da década de 1990, tem uma carreira sólida e diversificada, indo do shoujo ao josei, até o seinen e publicou até tirinhas de jornal. Moyoco Anno é conhecida também por ter se casado com Hideaki Anno, o criador de Neon Genesis Evangelion no ano de 2002,  o fato dos dois terem o mesmo sobrenome é coincidência.

  Sugar Sugar Rune foi publicado nas páginas da Nakayoshi, a casa de Sailor Moon, Sakura Card Captor, Candy Candy, Guerreiras Mágicas de Rayearth, Tokyo Mew Mew (que é o próximo shoujo a ser lançado pela Panini) entre muitas outras séries conhecidas pelos brasileiros. O mangá foi serializado de Agosto de 2004 até abril de 2007 e teve os capítulos coletados em 8 volumes tankohon, ganhou um animê de 51 episódios (Hideaki Anno foi um dos diretores da série animada) e até jogo de videogame para o Nintendo DS. No ano de 2005 Sugar Sugar Rune foi premiado com o Kodansha Manga Award na categoria de mangá infantil (o público alvo da Nakayoshi são garotas entre 9 e 12 anos de idade). O mangá foi publicado na França pela Kurokawa, nos Estados Unidos pela Del Rey, na Alemanha pela Reyne, na Suécia pela Bonnier Carlsen e na Espanha pela Glénat.


  Sugar Sugar Rune é um Mahou Shoujo (história com garotas mágicas) que conta a história de duas amigas, Chocola Meilleure e Vanilla Mieux, as duas são bruxinhas de dez anos de idade e vêm de um Reino Mágico para a terra para uma disputa que decidirá quem se tornará a nova rainha do Reino Mágico.
  A história começa quando Chocola e Vanilla pulam dentro do caldeirão que serve de portal entre o Mundo Mágico e a Terra, a passagem sai a muitos metros de altura e elas despencam para a Terra sem conseguir fazer nenhuma magia para impedir a queda, Rock'n Robin, o bruxo que será o responsável por elas no mundo humano faz uma entrada triunfal e as resgata da queda livre, enquanto isso um garoto está observando o céu estrelado com o telescópio do pai que está viajando e assiste tudo o que está se passando, o garoto se chama Akira e será um dos colegas de classe das meninas.
  Já na nova casa Chocola se espanta com o conforto do lar de Rock'n Robin onde ela e Vanilla morarão durante a disputa, a casa foi construida no terraço de um luxuoso prédio de 54º andares. Rock'n Robin pergunta às garotas se elas o conhecem, mas elas negam, no mundo humano Rock'n Robin é um músico famoso, ele explica que vencerá a disputa pela coroa de Rainha das Bruxas aquela que conquistar e capturar o maior número de corações humanos durante a estadia na Terra. Para capturar um coração a bruxa tem que usar um feitiço para transformar os sentimentos das pessoas em um cristal, esse cristal será armazenado em um Porta-Corações que mantém a contagem de pontos. Um coração pode ter várias cores, cada cor equivale a um sentimento diferente e cada cor tipo de sentimento uma pontuação diferente, um coração laranja de um amor à primeira vista/queda vale 300 écrus, já um coração roxo de desejo carnal vale 2.500 écrus. Já a noite antes de dormir as garotas relembram de uma promessa que fizeram, não importa quem ganhe a disputa, elas serão melhores amigas para sempre.
  No dia seguinte quando vão à escola pela primeira vez Rock'n Robin mostra às garotas sua habilidade de capturar corações usando as professoras como alvo, para as garotas parecerem japonesas elas vão passar a ser chamadas de Chocola Katou e Vanilla Aisu. Nas aulas nada sai como o esperado, Chocola que é agressiva, ousada e mandona não consegue nenhum coração, já a tímida e doce Vanilla que nunca foi popular no Mundo Mágico acaba sendo um sucesso entre os colegas.

  O mangá é muito divertido, mas não dá pra esquecer que é um mangá para crianças, o que nós temos de mais parecido aqui no Brasil é Sakura Card Captor, com uma história envolvente, elementos fantásticos que fazem a imaginação voar e um traço delicado e muito particular Sugar Sugar Rune mostra que é um excelente mangá, mas não é todo mundo que vai gostar. O traço é muito bonito, cheio de retículas e enfeites, os cenários são incríveis, mas aparentemente a autora desenha a mão livre, dá pra notar que há alguns "tremidos", mas isso parece ser proposital, lembra um pouco o estilo usado por algumas mangakás josei (como a Chica Umino em Honey & Clover, mas o estilo de arte é muito mais parecido com o de Gokinjo Monogatari da Ai Yazawa). Algumas pessoas podem não gostar da arte, ela não é parecida com o que vemos nas bancas atualmente, personagens magrelos e angulosos, os desenhos são mais delicados, enfeitados e as cabeças dos personagens é bem maior em relação ao corpo do que o costumamos ver nas bancas daqui. Poderia dizer que os personagens parecem bonecas delicadas.


  A adaptação dos nomes nesse mangá foi feito tomando como base os nomes romanizados no site do anime, a única diferença é a Vanilla que aparece escrito com um l só no site do anime, mas como o nome aparece escrito com dois l no decorrer do mangá a decisão correta foi tomada. Um tema espinhoso em relação à adaptação foi a mudança de Inferno para Reino Mágico, quem conhece um pouco a cultura oriental sabe que a ideia de inferno deles é totalmente diferente da ideia que o cristianismo nos legou. Colocar duas bruxinhas disputando a coroa do Inferno em um mangá infantil seria encrenca na certa em qualquer lugar do mundo dominado pelo cristianismo, não foi só no Brasil que Inferno foi adaptado para Reino Mágico e é melhor assim, acho que todo mundo se lembra da comoção causada pelas cartas de Yu-Gi-Oh! e do boçal do Gilberto Barros queimando as cartas e fazendo campanha contra a série na TV.
  Como sempre a Panini manteve os sufixos honoríficos nos lugares e colocou um glossário no final para explicar os termos usados no mangá. A capa é a mesma que foi usada no Japão, a diferença é o logotipo adaptado para o nosso alfabeto romano e as filigranas que ficam em alto-relevo no original apesar de estarem na capa infelizmente não estão em alto relevo, mas isso já era de se esperar, o maior problema para mim é que não há margem nas páginas o que faz "comer" parte das ilustrações que estão nas beiradas, a cola está muito forte, eu não gostei, algumas pessoas reclamaram que o mangá está estalando, deve ser por excesso de cola. Acho triste pois os mangás da Panini estavam vindo perfeitos e logo um título tão legal veio com esse problema que não aparecia há muito tempo, é triste ver isso regredir. De qualquer forma não tem tanta cola quanto tinha em Bleach e Gantz, ainda dá para manipular o mangá muito bem.


  A edição do mangá está perfeita, não consegui encontrar nenhum erro, foi tudo lindamente refeito (e tem muito, muito texto fora dos balões e mesmo as retículas estão como se nunca tivessem sido editadas), o português está bom, não encontrei nenhum erro, seja de ortografia, seja de digitação no mangá inteiro. O mais incrível de tudo é que foram mantidas as páginas coloridas originais, coisa rara nos mangáslançados por aqui. Eu senti a falta de uma folha de rosto, a folha de rosto não serve só para enfeitar, a primeira página de qualquer livro é a que mais sofre desgaste e normalmente é a primeira a rasgar por excesso de manuseio, a folha de rosto serve para a proteção do conteúdo, mas como não há páginas de rosto no mangá original não há um motivo real para reclamar. Os comentários das orelhas da sobrecapa foram colocados no verso da capa e da contra-capa que estão com uma textura acetinada, o trabalho feito no mangá ficou muito legal e caprichado mesmo (exceto pelo excesso de cola). Não sei se as páginas coloridas foram exigência de contrato, mas cobrar R$9,90, sem cobrar nenhum adicional por um tanko inteiro com páginas coloridas foi muito legal por parte da Panini, mostra o quanto eles respeitam e estimam o seu consumidor.
  Como pode ser visto na ilustração abaixo todas as ilustrações e free-talks do original japonês foram incluidos na versão brasileira.



  Uma coisa chata foi que eu procurei o mangá inteiro e não achei em lugar algum uma indicação se o mangá é mensal ou bimestral, não há checklist nele e na folha de expediente (também conhecida como folha de serviço), no checklist dos mangás que estão saindo agora deu para descobrir que o mangá é bimestral.
  A história é muito legal, é triste saber que algo tão legal não foi veiculado pela nossa TV, nem os canais fechados nem os abertos, se o animê tivesse passado nas redes de televisão teria sido um fenômeno entre as crianças como Sakura e Sailor Moon foram.



  Minha nota para o mangá em uma escala de 1 a 5 é 5, minha nota para o trabalho feito pela Panini é 4, então eu dou uma nota de 4,5 para o mangá que merece e é realmente muito bom, me empolgou e já se tornou um dos meus mangás preferidos.

Título: Sugar Sugar Rune
Autora: Moyoco Anno
Demográfico: Shoujo
Gênero: Infantil/Comédia/Romance
Formato:13,7 x 20cm, 210 Páginas
Duração: 8 Volumes 
Preço: R$9,90
Periodicidade: Bimestral

quarta-feira, 6 de outubro de 2010

[Lançamento] Sugar Sugar Rune

  

  Nessa terça-feira apareceu no catálogo de diversas lojas virtuais o novo mangá da Panini, Sugar Sugar Rune (também chamado de Sugar² Rune).
  Sugar Sugar Rune é uma série Mahou Shoujo (Garota Mágica), conta a história de duas bruxinhas chamadas Chocola e Vanilla que viviam no Inferno (no caso dessa série não é o inferno que a gente tá acostumado, é mais um reino mágico cheio de criaturas fantasmagóricas e não o inferno cristão) e vieram para o mundo humano para decidir quem se tornará a próxima rainha das bruxas. Se tornará rainha aquela que conseguir capturar o maior número de cristais mágicos em forma de coração, esses cristais mágicos são os sentimentos que as pessoas têm por elas, elas usam um feitiço mágico para extrair esses sentimentos das pessoas que elas conhecem no nosso mundo. Cada tipo de sentimento se torna um cristal de cor diferente e cada cor vale uma quantidade de pontos diferente, aquela que fizer mais pontos será a rainha.
  Essa é uma série infantil, ela foi publicada na Nakayoshi (a casa de Card Captor Sakura, aliás, são mangás no mesmo estilo) e tem um total de 8 volumes. As capas são lindas, mas confesso que não gostei da capa da Panini, não sei se era o tamanho, mas não dava para ver os detalhes da capa original que é muito bonita, procurei alguma imagem da capa original, mas não achei nenhuma com tamanho suficientemente grande para mostrar os detalhes. É uma pena que o anime não tenha sido exibido no Brasil.


P.s. Vem mais mangás por aí, no checklist de setembro dos mangás constava Tokyo Mew Mew (também é mahou shoujo) e nas reservas da LigaHQ consta Welcome to the NHK como se fosse lançamento da Panini.

Ranking do The New York Times 12-18 e 19-25 de Setembro

12 - 18 de Setembro

Posição - Posição Anterior - Título - Autor - Semanas no Ranking

01 - 01 - Bleach #32 - Tite Kubo - 3ª semana
05 - 10 - Naruto #48 - Masashi Kishimoto - 16ª semana
08 - - - Black Bird #05 - Kanoko Sakurakouji - 6ª semana (não consecutiva)

Bleach impera pela terceira semana, a série tem uma força incrível nos EUA e consegue um feito que poucas séries conseguem fazer, permanecer por três semanas encabeçando a lista dos mangás mais vendidos nos EUA.

Naruto mostra que tem muita força aparecendo em quinto lugar em sua 16ª semana, dezesseis semanas são quase quatro meses, o mangá tem uma força nos EUA que impressiona qualquer um.

Para fechar a semana Black Bird voltou ao top10 e apareceu em 8º lugar em sua sexta semana no ranking, o volume 05 da série apareceu seis vezes no Top10 americano, mas não consecutivamente. Ainda assim é um belo feito para uma série que além de shoujo nunca ganhou uma adaptação em anime, mangá ou sequer OADs.

19 - 25 de Setembro

Posição - Posição Anterior - Título - Autor - Semanas no Ranking

03 - 01 - Bleach #32 - Tite Kubo - 4ª semana
05 - 10 - Naruto #48 - Masashi Kishimoto - 17ª semana

 Bleach caiu algumas posições, mas já é a quarta semana do mangá, uma hora ele teria que cair, já Naruto se manteve firma na quinta colocação e ao todo já são 17 semanas.

Ranking do Oricon 20-26 de Setembro

Posição - Posição Anterior - Título - Autor - Vendas da Semana - Vendas Totais - Editora Japonesa

03 - 04 - Gantz #29 - Hiroya Oku - 83.577 - Total de 188.790 - Shueisha
12 - 12 - Otomen #11 - Aya Kanno - 51.164 - Total de 102.695 - Hakusensha
27 - 19 - As Estrelas Cantam: Hoshi wa Utau #09 - Natsuki Takaya - 32.654 - Total de 72.836 - Hakusensha

Essa semana Gantz foi muito bem, vendeu um número bastante alto o que compensou o desempenho ruim na semana passada, é capaz do mangá aparecer por uma terceira semana no próximo ranking que sair, faz muito tempo que Gantz não emplaca um volume por três semanas, talvez seja o hype relacionado ao filme que está aumentando as vendas do mangá.

Otomen vai mal, se formos comparar com o volume anterior esse novo volume vendeu 30.000 edições a menos que o volume 10 no mesmo período de duas semanas. Otomen costumava vender mais e as vendas estão caindo aos poucos, já é hora de um anime ou um novo dorama para ajudar nas vendas.

Hoshi wa Utau, ou As Estrelas Cantam vai bem no ranking, mas não acredito que 72.836 exemplares em duas semanas seja uma boa marca para a autora de Fruits Basket. Há notícias de que a obra está caminhando para o seu fim, que teria no máximo mais 8 capítulos, é esperar para ver, se a história for concluida logo é uma boa notícia para as pessoas que estão acompanhando a série pela Editora Panini.