segunda-feira, 21 de novembro de 2022

Rankeando Os Mangás Lançados Em 2022 Pela Shonen Jump

   O Aplicativo Manga Plus, é muito útil para os fãs de mangá. Atualmente a Shueisha disponibiliza os três primeiros e três últimos capítulos de todos os seus mangás gratuitamente para leitura na versão web e na versão para celular é possível ler as principais séries da casa de graça até o começo do próximo ano.

  Isso é excelente, pois os fãs não precisam mais ler versões ilegais, só precisam ter um pouquinho de paciência e esperar até domingo ou mais tardar segunda-feira para ter acesso a todas as séries atuais da Shonen Jump e elas saem independente da popularidade da série, em inglês, o que aliás, é uma ótima desculpa para treinar o idioma.

  Dito isso, esse ano eu li todos os primeiros capítulos e praticamente todas as novas séries até o momento atual, portanto vou rankear as nove séries lançadas esse ano de acordo apenas com a minha opinião. Meu único quesito é o meu gosto pessoal.



  Em 9° lugar a.k.a. última colocação tivemos "Chikyū no Ko" adaptado para inglês como Earthchild. Péssimo! Ruim! Ruim! Ruim!! Péssimo desde o começo. Como é de graça eu continuei lendo, mas nem sendo de graça dava pra ler tudo, de tão ruim, eu só passava os olhos. Era terrível demais, trágico de ruim! Lembro de comentar que o primeiro capítulo era uma mistura ruim de todos os clichês possíveis e inimagináveis, extremamente piegas, uma fantasia boba que só denota o complexo de salvador do roteirista e veio otakinho seboso me dizer que "nem todo clichê é ruim", eu sei disso, mas fiz questão de ressaltar que esse não era o caso desde o princípio. O primeiro capítulo do mangá é uma tentativa desastrosa de fazer uma versão shonen com superpoderes do filme Armagedon, mas sem o carisma do filme. E o desenvolvimento da história é trágico de tão ruim. É tão  meloso que é repulsivo! Talvez seja o pior mangá que eu já li/tentei ler na vida. Traumatizante de tão ruim. Lá pelo capítulo 15 eu parei de ler e passei a só passar os olhos para ver se tinha algo decente que valesse a leitura, mas não, continuou sendo tristemente ruim. Não entendo como algo tão ruim conseguiu ser serializado. Ruim desde o princípio.





  Em 8° lugar temos "Angō Gakuen no Iroha"Cipher Academy, mangá com roteiro de NisioIsin, autor de Medaka Box e Bakemonogatari. Honestamente, esperava muito mais vindo de um autor famoso. É mais do  mesmo, até o momento só saiu o primeiro capítulo e não teve uma gota de originalidade: protagonista  sem nenhuma personalidade, "vilãs" que são o estereótipo mais batido da vilã que se torna amiga com o desenrolar da história. É uma história de investigação bem boba, sem nenhuma motivação real, os desafios a serem desvendados são bobos e de solução fácil. Talvez funcione melhor na língua japonesa, em japonês realmente cruzadinhas não são algo fácil, não é algo tão popular quanto em países que usam o nosso alfabeto latino, mas mesmo assim, tosco. Utilizar um enigma cuja solução está na primeira letra (kanji) de cada palavra de um texto é o básico do básico dos códigos de mensagens secretas, assim como abreviações de províncias que seriam o nosso equivalente a AM, ES, RJ, SP e cantigas infantis só funcionam em um mangá básico para crianças, nada que um alguém com uma formação decente não consiga entender. Pior ainda é a premissa de uma bugiganga capaz de decifrar códigos, muito parecido com o Smartphone da série Super Smartphone. Aqui eu me pergunto, será que a Jump está querendo lançar essas bugigangas para os seus leitores comprarem? Só isso justifica, parece a desculpa perfeita para muitos licenciamentos!




  E no 7° lugar temos Aliens Area. Aliens Area começou realmente interessante, meio clichê, mas interessante. Um rapaz recebeu um poderoso implante de tecnologia alienígena e a partir daí começa a trabalhar em uma organização governamental parecida com MIB para cuidar dos seus irmãos. O que tinha tudo para ser um battle shonen divertido virou um mangá sobre um adolescente trabalhando na parte mais burocrática possível da polícia. Alienígenas + Burocracia, uma combinação perfeita, não? NÃO! O mangá teve até alguns bons momentos, mas era chatinho e mereceu o cancelamento. Poderia ter sido infinitamente melhor. Faltou um bom escritor aí.




  No 6° lugar ficou Super Smartphone. Um menino recebeu um "super smartphone", do nada. Com esse smartphone ele consegue descobrir qualquer coisa, hackear qualquer sistema, mas não consegue descobrir o que aconteceu com o seu irmãozinho caçula que desapareceu misteriosamente alguns anos atrás. 10 pessoas receberam esses smartphones poderosos e precisam competir por pontos até decidir quem será o vencedor da competição que vai poder manter o Smartphone Como regra nenhum dos 10 donos desses poderosos celulares pode usar o "sugoi smaho" para bisbilhotar os outros competidores. Voa de regra era um mangá perfeitamente ok. Bacaninha de ler, nada espetacular, mas nada sofrível. Gostaria de saber como a história se desenvolveria, mas o cancelamento também não me incomodou em nada. É um mangá que te deixa indiferente na maior parte do tempo, apesar de ter alguns bons momentos.



  No 5° lugar temos Tokyo Demon Bride Story "Dai Tōkyō Oniyome Den". Um mangá de romance, cheio de meninas-assombrações disputando para ver quem vai ficar com o protagonista. É um romance shonen,  nada além disso. É gostosinho de ler. Nada impactante, mas passa longe de ser ruim. Eu esperava que tivesse bastante ecchi, mas é um romance com garotas fofas sem cenas constrangedoras, todas as meninas já se formaram na escola e o protagonista também está quase se formando na escola. É um mangá muito bonitinho, divertido, é uma boa leitura descompromissada. Não tem absolutamente nada de impactante, mas é uma boa leitura para desestressar, é um bom momento para relaxar e dar uns sorrisos, não lembro de ter rido de verdade, mas também não lembro de nenhum momento realmente negativo. Não acho que essa série vai durar muito, a não ser que ocupe algum lugar específico de "o ecchi da revista" agora que Ayakashi Triangle está na Jump+, mas a série nem tem ecchi. O ponto negativo da série é a arte que em alguns momentos é muito fraca, mas ao mesmo tempo isso é legal, pois é possível ver o desenvolvimento do autor. Não acho que a série vá durar muito. Imagino que seja cancelada já na próxima leva, o que seria uma pena.



  No 4° lugar temos Ruri Dragon. A série que mais vendeu encadernados do primeiro volume desde My Hero Academy. A série era divertida, MUITO rápida de ler, mas o autor não foi capaz de acompanhar o ritmo semanal da revista. Assim como Tokyo Demon Bride é uma história sem grandes pretensões, dá pra ler somente para desestressar sem se preocupar muito com o conteúdo. Como nesse post conta apenas a MINHA OPINIÃO eu a coloquei no quarto lugar, pois não é o meu estilo de mangá.



  E agora começou o pódio, na terceira colocação temos The Ichinose Family Deadly Sins (Ichinose-ke no Taizai), novo mangá de Taizan5.  Não se sabe muito sobre essa pessoa, se é um autor, autora, autore... O que sabemos é que Taizan5 já publicou 3 one-shots na plataforma online da Jump+ e teve uma série curta de dois volumes muito bem sucedida chamada Takopi's Original Sin (O Pecado Original de Takopi). Tecnicamente falando eu acho que seria talvez a melhor série do ano. A arte é excelente, o roteiro aparentemente é muito bom e muito bem amarrado, enxuto. O primeiro capítulo não me empolgou muito, mas conhecendo o autor eu já sabia que era apenas uma introdução e que tudo começaria a andar depois dele arquitetar o clima da série, dito e feito! Espero que seja mais uma série curta e muito bem escrita do autor. Taizan 5 não me parece o tipo de pessoa que faz séries longas. O tema como sempre é bullying. Acho que o autor mais próximo a título de comparação seria Naoki Urasawa. Apesar da escrita ser o carro-chefe eu diria também que a arte é excepcional e vai ditar como serão os mangás lançados no futuro. Se a série é tão boa assim por qual motivo eu não deixei no primeiro lugar? Bem, só tem dois capítulos lançados e também parece uma variação de Takopi's Original Sin. Nada contra o autor escrever um determinado nicho, mas são obras muito parecidas.



  Na segunda colocação temos: Ginka & Glüna. Muita gente vai dizer "É SÓ MAIS UMA SÉRIE DE FANTASIA", mas não é só mais uma série de fantasia. Tem anos que a Jump não lança uma série de fantasia com tanto potencial e que não decepciona no desenrolar dos capítulos. Saíram até o momento 11 capítulos e todos eles são muito bons, sem "filler", tudo direto ao ponto e o melhor de tudo, muito divertido.
  Na história o mago Ginka que perdeu parte de seus poderes durante uma batalha encontra uma menina que quer muito se tornar uma maga, ele cria essa menina cheia de potencial em uma região remota congelante em algum lugar que remotamente lembra a Escandinávia até que ela cresce e decide partir em uma jornada, mas Ginka não pode ir embora, pois seu corpo é feito de neve, ele é um boneco de neve, de certa forma eles dão um jeito e vão viajar pelo mundo atrás de aventuras, atrás de novas magias e tentando restaurar o corpo de Ginka ao normal.
  Eu vejo potencial para essa série ser o novo medalhão da Jump, isso se ela por acaso ganhar um animê no futuro. Ela é infinitamente superior a Red Hood (que decepcionou mesmo), Red Hood, Doron Dororon, Candy Flurry etc. É aquela série de fantasia cheia de elementos de RPG, com muita aventura. A série que mais se assemelha a Ginka & Glüna seria D. Gray-Man, eu acho, mas com um clima muito mais "solar", feliz, nesse ponto eu diria que seria Black Clover ou Dai no Daibouken, mas lembra muito o universo de um Final Fantasy original ou até mesmo Dragon Quest: Dai no Daibouken. É a Jump trazendo de volta aquilo pelo qual ela ficou famosa e por esse motivo ela conquista a medalha de prata dos lançamentos da Jump até agora.



  E na primeríssima colocação temos ela: AKANE BANASHI!! A melhor nova série da Shonen Jump dos últimos anos! Akane Banashi é uma história sobre contação de histórias, uma arte japonesa chamada Rakugo que consiste em um contador de histórias chamado Rakugoka narrar uma história tradicional usando apenas pouquíssimos elementos como um leque interpretando diversas personagens.   Akane é uma menina que viu seu pai sendo humilhado ao tentar passar para um nível mais elevado nos graus do Rakugo, mas ela ama o Rakugo, ama escutar o seu pai contar histórias e decidiu que irá vingar o pai sendo uma grande Rakugoka ela mesma.
  A arte é incrível e o roteiro é genial. Akane Banashi ativou meu interesse no rakugo e nas histórias do rakugo. A história fica cada vez melhor. Estou amando acompanhar essa série. Não é preciso saber nada do rakugo. Ela me lembra um bocado de Hikaru no Go. O roteiro quando é escrito por alguém que realmente é um bom escritor faz roda a diferença